22 dezembro 2013

O Natal de todos nós

(escrito a 03/12/2003)

Depois de uma noite mal dormida,
Acorda a criança, imaginando o que tem no costurado sapatinho.
Ainda com cara sonolenta e adormecida,
Mas com o coração cheio de bondade e carinho.


O verde da árvore espreita entre algumas peças carinhosas.
O presépio, com alguns bonecos partidos, mostra Jesus e os seus acompanhantes.
A casa ainda tem o cheiro de uma pequena consoada algo apetitosa
E o que ainda resta de umas velas dá à escuridão da sala um brilho deslumbrante.

Finalmente, a doce criança vê o seu presente,
O seu sonho, enfim, tornar-se realidade!
Os seus lábios esboçam um sorriso transcendente
E os olhos, esses, não perdem a inocência e a bondade.


Tudo o que sempre sonhou estava agora tão perto
E nem toda a água de um mar
Nem toda a areia de um deserto
Lhe iria da sua desejada prenda separar

A prenda é uma singela boneca de trapos,
Que a mãe fez com as suas míseras possibilidades
E com algumas das poucas roupas que lhe restavam, simples farrapos,
Mas que abdicou para dar a uma filha a quem deseja grandes felicidades.

O Natal pode não chegar a toda a gente
Com grandes prendas e mesas cheias de refeições,
Mas chega ao peito de alguns simbolicamente,
Porque não existe dia marcado para abrirmos os nossos corações


Felicidades e Feliz Natal para todos os ricos… de espírito


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