17 dezembro 2012

Afinal que geração somos?

Somos a geração à rasca, a tal geração demasiadamente qualificada para um país de cultura medíocre. Somos a geração que vive com os maiores índices de desemprego que Portugal alguma vez assistiu. Somos a geração que sabe que o “estudar para ser alguém” são tretas do passado. Somos a geração revoltada por não ter em que acreditar e ter que viver com a ideia que não resta muita esperança por estas terras. Somos a geração a quem o Governo pede para apertar os cintos, mesmo quando o dinheiro não chega para comprar umas calças. Somos a geração a quem pedem para ser austeros (sinónimo de rígidos, severos e inflexíveis) e para emigrar. Somos a geração da Troika, do FMI, do TSU, do rating e de todos esses termos caros que até agora ninguém sabia que existiam.

Somos a geração disso tudo que eu referi, mas também somos a geração mimada pelos pais que sempre fizeram das tripas coração para nos dar tudo aquilo que não tiveram oportunidade de ter, pais esses que tentavam proteger ao máximo os filhos das amarguras que a vida de adulto tem. Somos uma geração que passou bem a infância e a adolescência sem a frustração de não ter uns sapatos para ir para a escola, muito pelo contrário…a nossa geração sempre teve mimos consumistas na infância, noitadas e bebedeiras na adolescência, carta de condução, carro, curso, etc. E mesmo quando se depara com o choque do mundo do trabalho, a nossa geração continua a contar com o apoio dos pais que garantem cama, roupa lavada e comida.

Pois é, nós não somos a geração à rasca, à rasca viram-se (e agora ainda se vêm mais) os nossos pais que se esforçaram toda a vida para manter um nível de vida que queremos manter a todo o custo. Perguntem simplesmente a quantos concertos os vossos pais foram e contem a quantos vocês foram…! Não estou com isto a acusar a nossa geração de nada, muito menos a acusar a geração dos nossos pais, porque isto não é uma questão de encontrar culpas, mas sim soluções.

Apesar de sermos uma geração que coleccionou diplomas, "canudos" e demasiadas teorias que pouco valem nos dias de hoje, somos uma geração que tem potencial para levar este país um bom caminho, para pôr em prática o tal do empreendedorismo a que somos associados e para mostrar que não somos apenas uma geração de meninos mimados. A determinação de mudar mentalidades tem que estar presente em todos que estão "à rasca" e é necessário ter a noção que já não existem empregos para a vida, que é preciso “dar o litro” para se ter algo, que é preciso enfrentar a tempestade para se encontrar a bonança...

charlie brown
"It always rains on our generation!"

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