Eu queria acreditar no karma e no retorno de coisas boas a quem pratica o bem. Eu queria, mas cada vez é mais difícil para mim acreditar numa teoria que tende a dissipar-se numa sociedade onde os valores estão trocados e onde a sorte parece bater à porta apenas de quem não merece.
Estou farto de abrir a porta e todos os dias ver um sítio diferente, estou farto de ligar a TV e ver que está a arder aqui e ali...Assim como eu, todos estamos (pelo menos a maioria de nós). E o que mais me revolta no meio disto tudo é que ninguém apanha os incendiários e quando os apanham...soltam-nos! E os milhares de cidadãos subsidiados que estão para aí nos cafés sem fazer nada...não podiam pagar-lhes para vigiarem as florestas? Podem beber a cerveja tranquilamente na mesma, enquanto fazem algo de útil pela sociedade.
Isto tudo para dizer o quê? Li este artigo de opinião, onde fala da rapariga (HEROÍNA!), com o nome de Josefa, de Santa Maria da Feira, com apenas 21 anos, trabalhadora-estudante, no curso de Engenharia Biomédica, bombeira voluntária no Verão. Uma rapariga que tinha vontade e espírito e queria ser alguém e que, numa tentativa de ajudar o mundo, acaba numa morte trágica, provavelmente provocada por um gajo que pôs fogo e que anda por aí sem remorsos.
É isto que me faz arrepios de revolta, é isto que me faz pôr em causa muitos dos valores que tenho como certos...Queremos praticar o bem e é isso que recebemos em troca? Não me venham falar de lugares no paraíso, porque isso não serve de consolo à família dela...