Chega-se a um ponto da vida em que começamos a ver os amigos da infância/adolescência/juventude a organizar a vida e a fazer o que a sociedade afirma que é politicamente correcto, isto é, casar, ter filhos , comprar casa, etc. e tal e inquietamo-nos com a ideia e a meditar sobre o quando será o início da verdadeira fase adulta.
Sinto-me velho nestes momentos, confesso que sinto. Sinto que me falta um objectivo de vida no que diz respeito à sociedade, é um facto. Mas a única coisa que me preocupa neste momento é aproveitar a vida enquanto posso e, simplesmente, ser o melhor profissional possível a fazer aquilo que gosto. Não é uma questão de não ter os objectivos standard referidos em mente, é uma questão de que procuro gozar aquilo que a vida me dá nesta altura do campeonato e deixar as partes secantes para depois.
Hoje em dia, as pessoas acabam por querer viver à pressa, a comprometer-se simplesmente pelo facto de terem medo de ficar sozinhas, porque o amor é, cada vez mais, um mito. Vemos casais a divorciarem-se a todo o momento, porque, muitas das vezes, caiem na ilusão que irá ser aquilo o segredo da sua felicidade e a salvação para uma possível solidão. São esses casais que ficam sufocados pelo compromisso que um casamento exige, são esses que guardam na consciência o eterno dilema de que não aproveitaram a vida como deviam.
Podem pensar que estou a dizer isto pelo facto de estar sozinho. Não se prende com isso, prende-se com o facto de não querer viver a vida em modo acelerado, não entrar no ritmo desta sociedade que parece querer adoecer com o stress quotidiano. Quero simplesmente saborear o momento, como quando saboreamos calmamente um bom chocolate e queremos que aquele momento nunca acabe.