Todos nós temos ideias para um mundo melhor (principalmente na adolescência). Arranjamos soluções políticas, económicas, sociais e de gestão, mesmo quando não percebemos do assunto. Ainda bem que assim o é, que é sinal que temos opinião em relação em algo e não estamos apáticos no que respeita às movimentações do mundo.
No entanto, essas ideias são muito bonitas quando são os outros que têm que mudar, quando não nos custa a nós. Quando sobra para nós, faz lembrar a música dos Deolinda “agora não, que me dói a barriga / Agora não, dizem que vai chover / Agora não, que joga o Benfica / e eu tenho mais que fazer”… e essas mudanças vão ficando adiadas até ao mesmo em que não dá para adiar mais.
E agora que as eleições estão aí à porta, é um bom caso a pensar... porque eu gosto muito daquelas pessoas que reclamam da política, mas, vai-se a ver, nunca votaram. Se não cumprem com um dever (que é também um direito enquanto país democrático), porque querem exigir direitos? Como têm lata para reclamar do trabalho de políticos (corruptos, é certo) se na vez de irem votar, preferem ir para a praia ou para o tasco beber umas minis?
Na vez de pensarmos em mudar o país e o mundo, há que pensar primeiro em mudar certas atitudes e mentalidades, porque neste país de segundo mundo que se diz moderno ainda há muito pensamento retrógrada.