08 janeiro 2012

Retrospectiva 2011: Portugal

Agora é chegado o momento de fazer uma análise a nível nacional e, resumidamente, este não foi um ano de boas memórias para Portugal. Este foi o ano em que sentimos o começo das medidas de austeridade, o ano em que se assistiu à demissão do governo de José Sócrates para dar início a um mandato de um até então muito desconhecido Passos Coelho. Este país que tem um governo que apela à emigração, pode ter muitas lacunas políticas, mas continua a ser um país com muito potencial por desenvolver. Vamos acreditar nisso.


1. Governo
Começamos o ano com eleições com Cavaco Silva a ser reeleito Presidente da República com 52,94% dos votos numas eleições em que a abstenção chegou aos 53,37%. Passados dois meses, depois de o PEC IV ter sido chumbado no Parlamento, José Sócrates reuniu-se com Cavaco Silva e fez o anúncio esperado: considerando que ficou sem condições para governar, apresentou a sua demissão ao Presidente da República. A 5 de Junho novas eleições com vitória para o PSD de Passos Coelho, com 38,6% dos votos. Este mesmo governo que o povo português pensava ser a salvação, quando já estava farto das medidas de José Sócrates, é o mesmo que acaba o ano a sugerir aos jovens desempregados para emigrarem, uma atitude que demonstra uma completa descrença naquilo que se está a fazer. Como jovem quero acreditar que é possível crescer neste país profissionalmente, sem ser “obrigado” a emigrar para conseguir um estilo de vida minimamente decente.

2. Austeridade
Esta foi, sem dúvida, uma das palavras mais ouvidas pelos portugueses em 2011. Depois de termos passado 2010 a ouvir constantemente a palavra “crise”, passamos 2011 a ver diariamente telejornais a abrirem com novas medidas de austeridade – sempre com o mesmo alvo – o povo.
Começamos o ano com o PEC IV – um novo pacote de medidas de austeridade, com as suas “contribuições especiais” aplicadas às pensões acima de 1500 euros; depois assistimos à chegada da Troika, o nome do novo “banco” do nosso governo. Em Junho, recebemos a grande notícia: o Governo anuncia a criação de um imposto especial que vai cortar 50% do subsídio de Natal acima do salário mínimo nacional. Para acabar o ano em grande, outra medida polémica: “aumento excepcional e temporário dos períodos normais de trabalho de trinta minutos ou de duas horas e trinta minutos por semana” no sector privado.
Essas medidas estão aplicadas, falta agora saber quando aplicam para redução de gastos desnecessários no Governo para, por exemplo, carros de luxo, motoristas, viagens, excesso de deputados (que muitos não estão lá a fazer nada, isto quando se dão ao trabalho de ir).


3. Fado
Fado (sinónimo de destino) é uma palavra que marca este país e que, este ano, foi reconhecido pela UNESCO como património imaterial da humanidade. Este é a um reconhecimento a nível internacional de um género musical que marca a história do país, um género marcado pelo canto sobre mágoas e tristezas e por vozes magistrais como Amália Rodrigues e Mariza. 

4. Mortes de famosos
A 7 de Janeiro, o cronista social Carlos Castro, de 63 anos, é encontrado morto no quarto de um hotel em Nova Iorque, com marcas de violência e mutilação. A polícia detém Renato Seabra, de 21 anos, que partilhava o quarto com o jornalista. Esta foi uma notícia que andou nos jornais durante meses, devido ao mistério de como ocorreu esta morte. É algo que ainda hoje não está descoberto, o certo é Renato Seabra está preso.
A 22 de Março, morre um ícone da televisão portuguesa: Artur Agostinho. O jornalista e actor português morre em Lisboa, aos 90 anos. A 27 de Junho é a vez de um grande empresário nortenho nos deixar, Salvador Caetano, fundador do grupo Salvador Caetano, morreu em Matosinhos aos 85 anos.
Uma das mortes mais baladas deste ano foi a do jovem artista Angélico Vieira, uma semana depois de ter sofrido um acidente de viação que resultou mais um morte e um ferido grave. Durante dias, Angélico esteve ligado a uma máquina de suporte básico de vida, mas acabou por não resistir. Esta foi outra morte em que ainda não se sabe as causas e que relançou também a questão da criminalidade nas estradas.

5. Madeira
A notícia surpreendeu até o próprio Governo: Madeira esconde buraco de 1,68 mil milhões. Esta notícia caiu como uma bomba no Continente, principalmente por todos estarmos a passar por um "apertar de cinto". O arquipélago, governado pelo labrego João Jardim faz obra atrás de obra e gasta o que pode e o que não pode. E agora quem paga? Nós que já andamos a pagar tudo e mais alguma coisa?

2 poesias :

mfc disse...

Acho que vamos ter muitas saudades de 2011, face ao 2012 que se avizinha!

mfc disse...

Acho que vamos ter muitas saudades de 2011, face ao 2012 que se avizinha!

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